segunda-feira, 21 de julho de 2008


Esses dias assisti Wood & Stock, do Angeli.  Ultimamente a temática dos anos 60 e 70, o movimento hippie, e suas particularidades têm me encontrado com bastante freqüência. Pessoalmente é um assunto que sempre me chamou atenção, não só pelo fato de ter modificado muitos dos conceitos tradicionais daquela época, mas sobretudo por tudo que foi pensado, sentido, divulgado, propagado, vivido.  Quando mais jovem, na tentativa de encontrar um norte em meio à tanta solidão - as pessoas sempre me foram um tanto difíceis -, procurei viver imersa nas filosofias surgidas a partir do legado que esse período deixou, complicado, porém, esclarecedor.  Vi em pouquíssimo tempo o que pessoas não tiveram acesso durante a vida inteira, e nada me fez arrepender, me deu remorsos ou tristezas.  Tudo foi feito naturalmente, sem programação.  A vida sem angústias, sem estresse é mais gostosa de levar, dá-se o que viver. Hoje tudo é mais leve, livre das dores que nos 'ensinam'; para essas não há mais lugar.

"Onde andam seus pais
se cansaram da estrada?
hippies, ingênuos e nus,
a vocês não dizem nada?
O que pensam seus pais
da ilusão destroçada?
velhos sonhos azuis
derramados na calçada
Ainda cantam velhos blues
sobre seres com asas?
ou perderam na luz
o caminho de casa?
O que sentem seus pais
quando alguém acha graça
dos gentis samurais
artesões pobres na praça?
O que dói no seus pais
é a falta de esperança?
ou seu olho que vai
onde o deles não alcança?"


Oswaldo Montenegro