segunda-feira, 21 de julho de 2008


Esses dias assisti Wood & Stock, do Angeli.  Ultimamente a temática dos anos 60 e 70, o movimento hippie, e suas particularidades têm me encontrado com bastante freqüência. Pessoalmente é um assunto que sempre me chamou atenção, não só pelo fato de ter modificado muitos dos conceitos tradicionais daquela época, mas sobretudo por tudo que foi pensado, sentido, divulgado, propagado, vivido.  Quando mais jovem, na tentativa de encontrar um norte em meio à tanta solidão - as pessoas sempre me foram um tanto difíceis -, procurei viver imersa nas filosofias surgidas a partir do legado que esse período deixou, complicado, porém, esclarecedor.  Vi em pouquíssimo tempo o que pessoas não tiveram acesso durante a vida inteira, e nada me fez arrepender, me deu remorsos ou tristezas.  Tudo foi feito naturalmente, sem programação.  A vida sem angústias, sem estresse é mais gostosa de levar, dá-se o que viver. Hoje tudo é mais leve, livre das dores que nos 'ensinam'; para essas não há mais lugar.

"Onde andam seus pais
se cansaram da estrada?
hippies, ingênuos e nus,
a vocês não dizem nada?
O que pensam seus pais
da ilusão destroçada?
velhos sonhos azuis
derramados na calçada
Ainda cantam velhos blues
sobre seres com asas?
ou perderam na luz
o caminho de casa?
O que sentem seus pais
quando alguém acha graça
dos gentis samurais
artesões pobres na praça?
O que dói no seus pais
é a falta de esperança?
ou seu olho que vai
onde o deles não alcança?"


Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008


*
Hoje uma formiga pegou carona no meu ombro de Laranjeiras até Poços, e lembrei imediatamente de uma conversa antiga sobre as colônias de formigas no mundo.

As formigas são como nós: têm hierarquia, plantam, trabalham, guardam para as épocas difíceis, se reproduzem e um dia... eis que morrem! Algumas até se aventuram em esportes radicais, como a que hoje levou um safanão meu... A minha primeira reação ao avistá-la foi exatamente a de tentar afastá-la. Ela pode ter morrido ou se machucado bastante. Para ela eu representei a morte ou a desgraça. Como os humanos gigantes são "Deuses" ou assassinos produtores de catástrofes para as colônias dos pequenos animais e insetos.

Nós estamos acima das formigas no que diz respeito a tamanho e força, mas nós também um dia nos vamos. Por que as pessoas sentem dó dos que morrem? Quem já voltou para garantir que morrer é o fim de tudo ou o começo de algo ruim? O que está acima de nós para nos dar insights de como prosseguir ou preservar o caminho na Terra ou em outras terras? A consciência? Quem conhece a consciência dos animais? Qual civilização ou espécie acima de nós nos leva a acidentes, catástrofes, morte...?

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música do tópico: TO LOVE SOMEBODY, Janis Joplin

terça-feira, 13 de novembro de 2007


Ontem eu cantei.
Baixinho, os vizinhos dormiam.  Mas cantei.  Lembramos Janis Joplin e Led Zeppelin, o início. Voltei a tudo que eu já havia sentido na vida com o vibrar de inúmeras cordas vocais e 12 de nylon. Entramos na madrugada sentindo a delícia da música percorrendo nossas veias; já não era mais sangue, e cada porção de silêncio consistia num barulho ensurdecedor e angustiante.  Fazer música, naquele instante, era tão vital quanto respirar.  O limiar da perfeição.  Como se eu sempre soubesse que é assim.
"If the sun refused to shine, I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea, there will still be you and me.

Kind woman, I give you my all, Kind woman, nothing more.

Little drops of rain whisper of the pain, tears of loves lost in the days gone by.
My love is strong, with you there is no wrong,
together we shall go until we die. My, my, my.
An inspiration is what you are to me, inspiration, look... see.

And so today, my world it smiles, your hand in mine, we walk the miles,
Thanks to you it will be done, for you to me are the only one.
Happiness, no more be sad, happiness....I'm glad.
If the sun refused to shine, I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea, there will still be you and me..."

Thank You - Robert Plant and Jimmy Page



domingo, 11 de novembro de 2007

A FACE OCULTA DA NOITE


"Temi sofrer retaliações caso revelasse que o enigma dos adolescentes pode ser decifrado se estudarmos o comportamento social e psicológico das maritacas...
Sim, as maritacas... Mesmo sob exame superficial, as semelhanças saltam aos olhos.
Para começar sempre andam em bandos, maritacas e adolescentes. Uma maritaca solitária e um adolescente solitário são aberrações da natureza. (...)
Depois, são todas iguais, as maritacas. E também os adolescentes. Você já viu uma adolescente se vestir diferente das outras para a festa? O tênis tem de ser da mesma marca. Os jeans, da mesma grife. (...)
Sabiás, no entanto, não padecem de crise de identidade. São aves solitárias e por isso cantam bonito de fazer chorar. Quando eles cantam, todo mundo se cala e escuta. As maritacas são o oposto. Gritam todas ao mesmo tempo. Deus o livre (não me livrou) de assentar-se próximo a uma mesa de adolescentes, na Pizza Hut... Dizem sempre a mesma coisa, dizem sempre igual, dizem sem parar. Mas eles nem ligam. Porque ninguém escuta mesmo.
E finalmente, maritacas e adolescentes não se importam com a direção que estão indo.
Importam-se, sim, com o "agito" enquanto vão."

sábado, 3 de novembro de 2007

Para amar alguém...



There's a light, certain kind a light, never ever, never shone on me. Honey, I want my whole life to be lived with you, babe, that's what I want was to be living and loving you.
There's a way, everybody say you can do anything, every thing. But what good,
Honey, what good could it ever bring? 'Cause I ain't got you with my love and I can't find you babe, no I can't.
You don't know, you don't know what it's like, no you don't, honey no, you don't know what it's like to love anybody. Oh honey, I wanna talk about love and trying to hold somebody the way I love you babe, and I've been loving you babe.

In my brain, I can see your face again, I know my frame of mind. But nobody, nobody has to ever be so blind, like I did, I know I was blind, I tell you that I was, I was very, very blind. Oh but I'm just a girl, can't you just take a look at me and tell, tell that I live and I breathe for you, don't you know I do!
But what good, what good, what good could ever do 'Cause I ain't got you, that's all I've ever wanted, and I ain't got you, but I've been looking 'round. But you don't know, you don't know what it's like, no you don't, you don't know what it's like to love anybody. Oh honey I wanna talk about trying to hold somebody when you're lonely the way I loved you, baby, and I just want you to know I tried.

Oh I know that there's a way 'Cause everybody came to me one time and said, "honey, you can do anything, every little thing", and I think I can. Oh, but what good, what awfully good can it ever, ever bring, 'Cause I can't find you with my love, and I can't find you, anywhere.
Oh, but you don't know, you don't know what it's like, No you don't and you never ever, ever did. You don't know, honey, you don't know what it's like oh, to love anybody. Oh, honey I wanna talk about trying to hold you.
...oh let me throw my love, throw my love all around you.


To Love Somebody - Janis Joplin

sábado, 29 de setembro de 2007

Música para o corpo e a mente

http://www.youtube.com/watch?v=kP_F6IYz0oI

Palavras, apenas palavras...

*
"Palavras o vento leva, mas o que é escrito fica" -- documentado na bendita folha de papel, já dizia o velho clichê...

Levadas ao vento ou eternizadas, as palavras têm uma incrível e estranha força de criar e destruir, cultivar ou ferir, alimentar sentimentos, emoções e desejos ou mostrar ausência deles... Elas são capazes de dar forma ao que existe dentro de nós, seja amor, ódio, alegria ou tristeza, graça ou desgraça.
Neste contexto o contrário da palavra, seria o silêncio. Não que o silêncio seja ruim, o silêncio fala quando quer, e, por vezes, nos faz ouvir o discurso mais profundo que poderia ser dito.
As palavras são essencialmente parte de nós, do que somos e sentimos, de nossas vivências, personalidade, cultura... Tanto é que elas se misturam com nosso caráter, e, na maioria das vezes, acreditamos ou não na veracidade do que é dito quando conhecemos o valor de quem o diz.

Por isso achei interessante o trecho abaixo retirado de um blog que conheci hoje e curti muito:

"O nosso encontro real se dá através das palavras. Só nas palavras, vão e vêm partes entre nós. E entre nós, desatamos a sangria e libertamos a manada, rasgando o espaço que agora - somente agora - é nosso, o novo espaço de nossa proximidade."


Christiane Oliveira