quarta-feira, 25 de julho de 2007

A Festa acabou, vamos encarar a realidade.




Eu nasci num lugar muito bom. Lindo, localizado numa região privilegiada do Ceará, chamado por muitos de “oásis” do estado. Nós temos mata nativa, animais silvestres, uma Chapada fantástica em dimensão, beleza e diversidade, esoterismo e um apanhado de cultura incomensurável correndo nas veias dos que se consideram daquela terra (sim, nós temos os adotivos... ;-) ). É claro que o fato de estar no sangue das pessoas não significa dizer que todos se utilizem dos dons que a terra dos índios Cariris nos oferece – de graça.
O famoso “PÃO E CIRCO” chegou à minha terra. O mês de Julho, mês dos monopólios e da miséria do povo. Isso me dá certa tristeza, pois me remete imediatamente à situação do país como um todo desde as suas origens. Nós os deixamos entrar por educação ou por displicência. Somos o país da amizade e do esquecimento. E aí daqui a pouco vamos ter de pagar para respirar o oxigênio da Amazônia.

Isso me lembra um poema bastante conhecido de Maiakovski:"

"Primeiro, eles vêm à noite, com passo furtivo
arrancam uma flor
e não dizemos nada.

No dia seguinte, já não tomam precauções:
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,

matam nosso cão
e não dizemos nada.

Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer mais nada."

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