sexta-feira, 20 de julho de 2007

A PROJEÇÃO DO MAPA




É ainda meio estranha ‘pra mim a idéia de um diário virtual. Por isso iniciei este espaço com textos de pessoas que me estavam acompanhando quando surgiu a oportunidade de criá-lo. Na realidade, acredito que as chances de começar ou recomeçar projetos geralmente surgem em seu devido momento e, com isso senti vontade de mais uma vez ‘re-começar’ a escrever baseada no processo de renovação pelo qual passam meu corpo e mente nos tempos mais recentes.

Árdua é a tarefa de expressar sentimentos ou atividades cotidianas através de palavras, principalmente num espaço aberto ao mundo inteiro, confesso. Alguns de meus escritos antigos e diários foram queimados no período chamado por mim de ‘inquisição interna’, muitos justamente por receio de que alguém os visse - em especial textos de introspecção profunda ou cartas que nunca enviei ao destinatário.

Perdi o medo das palavras muito cedo em função de várias tentativas frustradas de ser entendida pelas pessoas. E apesar de achar que me seriam refúgio, aos 12 anos de idade elas começaram o processo de escravização em mim (e isto eu só percebi muitos anos depois). Daí em diante foram papéis, lápis e canetas gastos trabalhando para elas de forma voluntária sem perceber as correntes nas quais estava presa. Era gratificante para o meu íntimo, mas algo ainda faltava.

Um dia me dei conta (como sempre levando tombos ‘pra aprender) de que EU deveria exercer o domínio sobre elas ou deveríamos chegar ao consenso de nos utilizarmos de nós de maneira bilateral. E foi assim. Eu descobri que poderia desenvolver uma relação de amor e ódio com as palavras através de minha consciência da essência da Comunicação.  Passei a me amar e a respeitar meu corpo e mente.

E elas me libertaram.





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